16 Apr 2024

Publicado em Editorial
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O Brasil celebra, neste domingo (1) de maio, o Dia do Trabalho. A data foi escolhida em homenagem ao esforço dos trabalhadores dos Estados Unidos, que, num sábado, 1º de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução da carga horária máxima de trabalho por dia.
“Eight-hour day with no cut in pay” (diária de oito horas sem redução no pagamento) era o slogan repetido por mais de 300 mil manifestantes que foram às ruas em Nova York, Chicago, Detroit e Milwaukee, entre outras cidades americanas. As passeatas marcaram o início de uma greve geral, que tinha como reivindicação a redução da carga horária.
A luta dos americanos também se espalhou pela Europa, onde já em 1890, o Primeiro de Maio começou a ser marcado por cerimônias e manifestações. Desde então, a data foi se difundindo por todo o mundo. Hoje, ela é comemorada em mais de 80 países.
No Brasil ela é celebrada desde 1924. Em 1917, São Paulo protagonizou uma das maiores greves gerais já registradas. O então presidente Arthur Bernardes, em 1924, devido à força que o movimento dos trabalhadores adquiriu, em várias partes do mundo, decidiu reservar o dia 1º de maio como Dia do Trabalho no país. Com isso, a partir deste ano, o 1º de maio passou a ser feriado nacional. Na época do ex-presidente Getúlio Vargas, com o Estado Novo, havia grandes festas para os trabalhadores.
Nas décadas de 1930 e 1940, o então presidente Getúlio Vargas passou a utilizar o 1º de maio, não apenas para homenagear os trabalhadores, mas também para divulgar mudanças e benefícios trabalhistas através de instituições de leis. Podendo ser citado como exemplo, a legislação sobre o Salário Mínimo, devendo ser reajustado anualmente, com intuito de suprir as necessidades básicas do cidadão brasileiro (alimentação, moradia, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social).
Atualmente, isso é bem o oposto do que vem acontecendo e os trabalhadores brasileiros não têm, praticamente, motivos para celebrar a data, que um dia foi marcada por conquistas.
O salário mínimo é de R$ 1.212. O valor está, pelo segundo ano consecutivo, sem aumento real e a inflação tem sido, sistematicamente, maior do que a correção salarial. Em 27 anos, abril registrou o maior aumento médio dos preços e a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), neste mês, é também a mais alta para qualquer mês desde fevereiro de 2003. O acumulado de 12 meses já chega aos 12,03% e é o maior desde novembro de 2003.
Além disso, há mais de 12 milhões de desempregados no Brasil, além de 4,7 milhões de desalentados, que são pessoas aptas a trabalhar, mas que desistiram temporariamente de procurar uma vaga, além de 6,6 milhões de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. Para este ano, a taxa de desemprego do Brasil deve ficar entre as maiores do mundo em 2022, segundo levantamento da agência Austin Rating, elaborado a partir das projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). No ranking, o Brasil aparece com a 9ª pior estimativa de desemprego no ano (13,7%), bem acima da média global prevista para o ano (7,7%).
O cenário nacional é desanimador e está marcado pela deterioração de expectativas para a retomada da economia, depois de dois anos de pandemia. Ainda que faltem bons motivos para celebrar, muitos trabalhadores têm esperança de mudança para o próximo ano.

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