19 Apr 2024

Publicado em Editorial
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O Brasil deverá levar ao menos quatro anos, ou seja, até o final de 2025 para retomar o ritmo econômico da pré-pandemia, segundo cálculos realizados pelo Boletim Macro do FGV Ibre. Para isso, será preciso que o País dobre a taxa de crescimento atual a partir de 2023.
A nação ficará para trás do G20, que poderá recuperar o patamar anterior ao surgimento da Covid-19 no último trimestre de 2022, de acordo com previsão da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A verdadeira recuperação “em V” (que bate e volta ao mesmo patamar) da economia brasileira, prometida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, há quase um ano, não é tão sólida assim. Apesar do PIB (Produto Interno Bruto) estar no mesmo nível do final de 2019, ele se encontra cerca de 2% abaixo da tendência pré-crise e a diferença ainda vai aumentar até o final de 2022, devido ao baixo crescimento previsto para o próximo ano.
Segundo dados do IBGE, a inflação de setembro (1,53%) é a maior para o mês desde a fase inicial do Plano Real, em 1994. Pressionado pela energia elétrica, o IPCA voltou a subir e alcançou 1,16% em setembro. A inflação ultrapassou a barreira simbólica dos dois dígitos, no período dos 12 últimos meses, atingindo os 10,25%. O mercado financeiro ainda prevê inflação de 8,51% ao fim do ano.
Com isso, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde, com valor total das dívidas chegando a 59,9% da renda média anual, de acordo com dados do Banco Central (BC). O resultado de junho último é o maior patamar desde 2005, início da série histórica do BC. O orçamento apertado destes brasileiros poderá inibir a recuperação da economia com preços e juros mais altos. Recentemente, a Petrobras ainda anunciou outro reajuste no preço da gasolina e do gás de cozinha (GLP) para as suas distribuidoras, de 7,2% em cada produto.
Em entrevista à CNN Internacional, na terça (12), Guedes voltou a justificar as baixas previsões de crescimento e pouco investimento externo no Brasil. Para o ministro, elas se dão por um ‘barulho político’. “Estamos realmente muito confiantes de que vamos crescer o dobro do que o FMI (Fundo Monetário Internacional) está prevendo", disse. "Por que eles estão cometendo tantos erros? Por causa do barulho, do barulho político", afirmou. Segundo Guedes, o “barulho político” a que se refere pode ser causado pelo presidente da República, por parlamentares ou por ministros da Suprema Corte.
O ministro pediu, ainda, um voto de confiança dos investidores na democracia brasileira. Justificou a queda de 4,1% do PIB e alta no desemprego devido à prática adotada do "distanciamento social”, mas que com a vacinação em massa, a economia “está crescendo”. Sobre a inflação, enfatizou que “ela está crescendo no mundo todo”.
O voto de confiança solicitado pelo ministro será bastante difícil de ser dado, principalmente, em 2022, quando o voto na urna eletrônica também terá que ser efetivado e a preocupação dos políticos com qualquer coisa que não seja as eleições, fica em segundo plano. Principalmente, com o reforço de cerca de R$ 3,4 bilhões em emendas parlamentares para Estados e municípios, em 2022, sem a fiscalização federal. Valor esse, que é 70% maior do total entregue neste ano. Haja, “barulho político”!

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