24 Apr 2024


Regina Pacis... nosso grupo teatral

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Nesta semana, o grupo teatral de São Bernardo, completou 58 anos. Para comemorar essa data, a atriz Ana Maria Médici, elaborou um texto contando um pouco sobre a história.
Sob as mãos da presidente e diretora Hilda Breda, os dedicados atores, estão seguindo a quarentena, mas isso só significa que as ideias para novas apresentações estejam a mil por hora.
Ao citar a Ana Maria, me afloraram boas lembranças . Seu pai, Alcides Médici, fazia parte do Coral da Associação Bartira, da fundação beneficente fundada por minha mãe, Odette Tavares Bellinghausen.
O grupo masculino do coral, eram pessoas da sociedade da cidade. Lembro também de outros, como o tenor e empresário Armando Zóboli,  Cláudio Rossi,  Dr. Takeshita, Divo André...
Há alguns anos, Alcides ganhou o troféu "Governador do Estado", como melhor ator e a Ana Maria como melhor atriz coadjuvante na apresentação da peça "O auto da Compadecida" de Ariano Suassuna.
Sua mãe, Inês Arsuffi Médici, hoje com 91 anos, é uma figura sempre presente, principalmente nos chás em benefício de entidades beneficentes da cidade.
Bom, vamos ao texto da Ana Maria, e nossos parabéns a todo o grupo de atores...

Os 58 anos do Regina
Chegou mais um abril, mês em que o Grupo Cênico Regina Pacis reverencia seu nascimento, num dia 21 de mais de meio século, quando ele despontava na comunidade religiosa da Igreja Matriz de São Bernardo do Campo. Que abril inimaginável está marcando mais um ano de sua vida teatral – exatos 58 anos. Que abril é este no qual a essência do teatro se vê meio sem sentido e tão fragilizada quanto aqueles que fazem dele uma profissão de fé? Comemorar sem sentir a presença física do outro, o respirar,o pulsar das emoções, seja no tablado ou do outro lado dele é algo que pegou a todos de surpresa. Pensar que as máscaras gregas, símbolo do teatro, deram vez às máscaras de proteção e os três sinais avisando ao público do início do espetáculo se transformaram em sirenes e sinais de alerta geral. As pessoas estão pasmas e espiam por trás das cortinas o avanço do invisível,lembrando a todos o quão frágil é a vida. Um sopro e ela se esvai, assim como a última fala daquele lindo texto encenado com tanta paixão. O Regina Pacis vai comemorar seu aniversário sem subir ao palco, mas com a mesma intensidade que sempre imprimiu em todas as suas produções, desde aquele longínquo 1962, onde tudo começou. A trajetória do grupo foi sendo construída por muitas histórias – a primeira com a determinação de Antonino Assumpção em inovar o dia o dia daquela comunidade religiosa por meio do teatro, a segunda com todos abarcando a ideia e seguindo em frente com propostas mais ousadas e tantas outras histórias que fizeram estes 58 anos. Quanta vida encenada nos palcos e vivida nas coxias e nas moradias dos que ajudaram a construir uma companhia teatral que resiste até hoje por acreditar no poder vital do teatro. Cada um fez o Regina acontecer e seguir. Muitos foram deixando lacunas doídas no meio do caminho, e essas ausências foram fortalecendo os que ficaram e continuaram nos palcos, dia após dia.Quantos momentos históricos e marcantes, como este que atravessamos agora -um cenário virtual como meio de diálogo e a distância como protagonista. A reinvenção de cada um de nós “Entre Quatro Paredes”, texto que Jean-Paul Sartre escreveu e nossa estrela maior Cacilda Becker encenou. Por agora a máscara triste, representando o drama dos seres viventes e sobreviventes deste vírus enlouquecido, que parece querer percorrer o mundo freneticamente e o corpo humano com igual volúpia, está prevalecendo. A esperança é que se vislumbre o epílogo com urgência e num curto espaço de tempo tudo isso se transforme num texto com diálogos, subtextos, rubricas colocando sob os refletores as duras sequelas. Que elas tragam um novo caminho.Que o teatro, assim como todas as artes e seus artistas, abra as cortinas para encenar uma peça com final feliz.Nesse cenário,o Regina Pacis celebra seus 58 anos nos bastidores e nem poderia ser diferente. Que a coroa da Rainha da Paz, que o denomina, seja uma corona que possa ampliar seu círculo de proteção e realmente trazer muita paz.
Parabéns Regina Pacis, parabéns Regina Pacenses, parabéns público, razão primeira de sua caminhada até aqui. O palco está à espera de todos. É só uma questão de tempo. Um grande viva ao Teatro!

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