25 Apr 2024


As dificuldades de nossa língua... e das demais...

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Revendo crônicas antigas encontrei esta. Minha neta fará 18 anos em maio. Foi muito bom relembrar das conversas com ela há 14 anos… Aí vai... Espero que vocês se relaxem um pouco de tantas más notícias atualmente.
“Nestas férias com a netinha Heloiza, aprendi novas palavras que não constam do dicionário. Ela dizia que o primo Daniel, estava muito desobedecente. Que seus cabelos estavam enosados. Que aqui em São Paulo tinha muitos mais helipcóteros do que em Cascavel, no Paraná. Nos seus 4 aninhos, veio com muitas falhas no português. Ávida por falar certo, me pedia que repetisse “palavra por palavra” (leia: sílaba por sílaba) as palavras para que ela aprendesse “certinho” Assim, “passalera”, foi repetida muitas vezes até ela falar corretamente passarela. Outras, como três, quatro, onde ela comia os erres. O avô materno, criado em colônia de italianos, conservou as falas de seus pais. Ela tem muito contato com ele, assim adquiriu seus erros de português.
Observamos estrangeiros que veem para o Brasil e rapidamente se integram a terra e a língua portuguesa. Outros, que aqui estão quase que sua vida inteira e ainda não conseguem se comunicar totalmente em nosso idioma. Conversando com um amigo, professor de faculdade, que escreveu discursos para antigos prefeitos da cidade, que me confessou que sempre que falava a palavra “carroça”, entre outras, tinha que prestar atenção para não cortar um erre, como os antigos moradores aqui da cidade, que diziam “caroça”.
Não vou dizer que meu português não tenha falha. Tem!  
Certo dia conversando com pessoa de cargo importante na Secretária de Educação, ela nos veio com a palavra “menas... menas...” Erro típico de sua criação.
Sempre tive problemas com meu inglês. Minha cabeça custa a pensar na pronúncia certa de cada palavra. Assim, irmãs e netos me chamam atenção. Um dia li uma crônica na revista Veja (depois de 40 anos como assinante, cancelei a revista) onde o autor citava sua dificuldade, assim como eu. Dizia que seu cérebro ordenava que falasse da forma que a palavra estava escrita. Considero até uma falta de atenção minha, mas fiquei mais conformada. Uma vez eu disse ao meu marido que na próxima encarnação, eu queria nascer na Inglaterra ou Estados Unidos. Quando ele me perguntou o porquê, eu lhe disse que era para nascer sabendo falar inglês... rsrss. Ele disse que ainda estava em tempo nesta vida para eu aprender.
Consigo traduzir razoavelmente, mas falar? ...sou uma negação. No entanto já estive sozinha nos Estados Unidos e Japão. Consegui, com meu parco inglês, me fazer entender. Andei de trem, trem bala e metrô, nunca me perdendo.”
Bom meus amigos... Depois de 25 anos escrevendo na nossa Folha, espero que vocês tenham paciência de me entender por ter que repetir algo do passado.
Um abraço... Didi

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