20 Apr 2024


Arte em São Bernardo e um pouco de sua história...

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Dia 30 de julho de 1915 foi quando minha mãe aportou neste nosso planeta. Nasceu na cidade de Santos onde seus pais portugueses se conheceram. Era uma menina quando vieram para São Bernardo, uma vez que a Vila Gonçalves era a Vila Tavares. Odette, filha única, junto aos pais Assumpção e João Domingues Tavares, viraram batateiros. Casou-se com meu pai Alberto Eduardo Bellinghausen aqui nascido, filho de alemães. Odette logo comprou um livro, “Alemão Sem Mestre”, para aprender a língua e entender o que a sogra e os filhos Willy, Carlos Theodoro, Leonia e Alberto conversavam. O Sogro Guilherme já tinha falecido quando Alberto tinha 11 anos.
Casaram-se em Santo André, ele tendo como padrinho o S. João Corazza com quem tinha trabalhado como marceneiro, e ela o Coronel Saladino e Sra. Zizinha, de Santo André. Foram morar em SBC na esquina da Rua Tomé de Souza com a Dr. Flaquer. Aí tiveram 2 filhos: Ronald e eu, e depois na Rua Carlo Del Prete nasceram a Amarylis e a Suzana, e a mais nova, minha irmã Rosinha, ou Rosa Maria, na nova casa na esquina da João Pessoa com a Dr. Flaquer.
Meu pai empresário em Indústria de Móveis e minha mãe ligada as artes e a benemerência. Ela pianista, harmonicista, pintora, escritora, trovadora, compositora, mãe, cozinheira etc. Os dois sempre muito unidos a família.
Dados me faltam quando Odette junto aos amigos Rolando Coppini, Armando Marotti e outros que precisamos averiguar, fundaram a “Academia São Bernardense de Belas Artes”. Instalada na Rua Padre Lustosa, centro. Foram contratados professores para lecionarem desenho e pintura. Anualmente organizavam exposições de pintura com pintores que se inscreviam e se aprovados, faziam parte da mostra onde os melhores eram premiados. Com muitos quadros doados, já em 1960, começaram a lutar para que nossa cidade tivesse uma Pinacoteca. Em 1975 um decreto criou a Pinacoteca de SBC, reunindo o acervo da Asba. Assim, tanta luta teve o reconhecimento. Foi inaugurada oficialmente em 1980 pelo então prefeito Dr. Tito Costa, a instalando num salão do Centro Cultural do Bairro Assunção, dando a ele, o nome de Odette Tavares Bellinghausen.
Em 2008, com o Fórum da cidade desativado do espaço próximo à Cidade das Crianças, com prédio já bem degradado, o Prefeito Dr. William Dib, conseguiu junto ao Estado, que ele fosse transformado para abrigar o Museu da Cidade. Belíssima reforma.
A partir de 2008, esse espaço passou a ser a Pinacoteca de São Bernardo. Nessa mudança, fizeram questão de ignorar o nome de Odette, tendo ficado a placa de bronze com o nome dela num depósito de entulho do Centro Cultural da Vila Assunção.
A Pinacoteca tornou-se um prédio moderno, trazendo aos moradores algo inigualável na cidade.
Em março de 2018, foi realizada lá uma exposição do artista plástico, nosso amigo Giuseppe Ranzini. Eram tempos pós PT.
Eu e uma irmã presentes, revendo amigos e o Giuseppe nos dizendo que ele, que já tinha exposto em vários outros países, que o espaço da nossa Pinacoteca era um dos mais lindos onde ele já tinha estado: amplo, claro, arejado...
Naquele momento entrou um grande grupo de pessoas contrárias a situação política do momento, com faixas e gritos dizendo que o munícipio ia acabar com a Pinacoteca. No momento muitos de nós até os apoiamos. Como? Minha mãe lutou tanto para que a grande arte da pintura fosse reconhecida... E agora?
A manifestação desse grupo magoou muito o Giuseppe, que estava recebendo grandes artistas e convidados para essa sua mostra.
No dia seguinte falei com nosso Secretário de Cultura, o amigo Adalberto Guazzelli, indignada pelo que ouvi. Veio então a explicação: Nunca aconteceria isso. A secretária sem um espaço para se instalar, ia ocupar salas ociosas, muitas cheias de... vamos dizer, lixo.
Assim o grande prédio da Pinacoteca continua cada dia mais maravilhoso. Adalberto aproveitou o espaço para cursos diferentes ligados a arte. Todos os sábados há apresentações. Atualmente a curadora é a jovem batateira Célia Regina Tofanello. A cidade com a gente da cidade!
Foi na mostra do nosso amigo Armando Sérgio Marotti, que partiu este ano, onde tardiamente foi feita a exposição de seus quadros, em carvão e aquarelas, que numa conversa resolvi escrever essa matéria.
Temos muitas lembranças para que o Centro da Memória possa juntar as peças. Quem lembrar de algo sobre a Asba, o Clube de Arte (1958?), peço que se comuniquem comigo.
Agradeço a paciência de vocês em acompanharem hoje minha matéria.
Um abraço, Didi

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