Certo dia uma amiga me fez uma pergunta: - Você é consumista?
Ante minha resposta que não, pois “consigo” entrar em um shopping para assistir a um filme e sair sem uma sacolinha na mão, ela respondeu-me que “tinha” que sair carregando várias sacolas.
Em uma outra ocasião em que eu estava em uma boutique de roupas de uma amiga, chegou uma cliente dizendo estar estressada. Os sorrisos das vendedoras, eufóricas pela situação, já começaram a aparecer. O número de sacolas em suas mãos ao se retirar, foi a glória do dia nessa loja.
Nos dias atuais, com a moda mudando todos os dias, é preciso avaliar o que temos no guarda-roupa e segurarmos a vontade de um sapato ou bolsa desnecessário em nossos armários, pois o mundo caminha para um futuro muito incerto. Aqui no Brasil, nós, donas de casa vemos os preços em alta diariamente em todos os setores. Principalmente no setor de alimentação, onde não tem como deixarmos de ir.
Pergunto: - Qual de nossos dirigentes faz supermercado? Nem vou comentar nos pedidos de alimentos do STF....
Existe um movimento na Europa e Estados Unidos da simplicidade voluntária. Seus seguidores tentam viver com o mínimo necessário, visando preservar os recursos naturais do planeta.
Há 30 anos existe um evento, que começou em Londres, um dia chamado “Buy Nothing Day” (o dia de não comprar nada), acredito, de terror para os comerciantes, onde o povo aderiu não gastando um centavo, ou o nome que tiver essa moeda em cada país que adotou esse dia. Aqui não teria futuro essa ideia.
A filha de uma amiga que há muitos anos fez intercambio, sua família recebendo uma neozelandesa e ela indo para a Inglaterra, mudou muito seu modo de pensar, pois viu que a família inglesa com que ela conviveu, comprava o estritamente necessário, não jogando nada fora e “remendando” roupas que estavam danificadas, mantendo a geladeira com o essencial para cada dia. Sua família no Brasil, também observou um modo diferente na menina de 16 anos que aqui esteve. Como era verão, ela pediu para usar a máquina de costura da casa, comprando retalhos e fazendo alguns shorts. Procurava fazer suas compras nos lugares mais em conta. Um estilo de vida muito diferente do nosso. Sempre tiramos novas e boas lições disso.
Estive na casa de americanos, em 1992, com quem tive o prazer de conviver por 10 dias. Pela manhã a esposa resolvia o que ia se comer naquele dia e ia ao supermercado comprando, muito reduzido, os ingredientes para as refeições. Sobras? Nenhuma! A geladeira só com leite, temperos, manteigas, geléias, maionese, enfim, alimentos? Nenhum. Geralmente eles comem fora de casa, principalmente nas lanchonetes, o que torna as refeições não muito saudáveis.
Infelizmente, nós brasileiros, ainda mantemos mais no freezer e geladeira do que precisamos a cada dia.
Uma coisa que me preocupa são as crianças que só querem usar roupas da moda, tênis de grife e celulares, os últimos modelos, pois acham que só assim serão reconhecidas pelos amigos. Shoppings são o que de melhor têm na vida. Muito triste isso, pois quais serão as lembranças da infância no futuro?
E agora com o inverno aí. Já pensou quantas pessoas estão necessitando o que você tem em excesso em seu guarda roupa? Vamos fazer uma limpeza doando o que não necessitamos?
Temos que pensar também que os gastos desenfreados nos fazem trabalhar mais, nos levando ao estresse, usando cartões de crédito sem somar os gastos... e na hora de pagar? Dívidas que nos tiram a alegria de viver.
Para quem servir a carapuça, que pense no assunto.
Um abraço...Didi